[FM17] O Senhor Interior
- Tango
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Re: [OURO] [FM17] O Senhor Interior
Vida e Obra de Antônio Prudêncio
Ensaio sobre a Morte
Na virada de 2022 para 2023 eu decidi que não viajaria nas férias. Ou que não iria muito longe. Resolvi ficar por São Paulo e pelos arredores da Região Metropolitana. Ficar perto da família, sabem? Passei o ano todo no Rio Grande do Norte. Adorei Mossoró. Um lugar encantador, sem dúvidas. Mas não é meu lugar. Aqui eu pude ficar próximo aos meus filhos, na capital, de meus amigos de Taboão e Atibaia. Ah, Atibaia...
O rancho onde fazíamos nossas pescarias é um lugar fantástico. Natureza exuberante e constante presença de badalação. Devido a aposentadoria do Vanderlei, esse ano o rancho ficou livre em Janeiro. Armamos um pequeno esquema, com amigos, cerveja, pagode, sertanejo e algumas mulheres da vida. Basicamente é o que tem sido da minha vida. Estava cercado pelas pessoas que significam muito pra mim. Meu filho, Vanderson, que já havia completado seus 23 anos. Carniça, o menino que eu tive como filho quando eu fui professor.
José Francisco Pederneiras é um nome forte. Mas devido a algumas negligências nos hábitos higiênicos durante a pré-adolescência, o apelido Carniça pegou forte. O menino que eu vi crescer já tinha seus 27 anos de idade. E era um homem maduro. Recentemente havia terminado um namoro que não deu muito certo. Mas do jeito que a cabeça do garoto se desenvolveu, não duvido que ele se dê bem na vida. Com todo respeito ao Vanderson, Carniça foi o filho que eu não tive.
Também estavam já o Lula, o Djheison... Até Caponi, meu auxiliar, tinha vindo comigo. Mas devo lembrar sempre dele, que no alto de seus 70 anos, estava firme conosco. Seu Olavo. Não tenho palavras para descrever quem é Olavo Junqueira. Quem mais me acolheu quando minha mulher me chutou pra fora de casa? Quem me deixou dormir no bar, mesmo a contragosto?
Claro, devo mencionar. Eu também estava lá. 64 anos vividos, os últimos 6 do inferno ao céu. O futebol, como fez por muita gente, me propiciou a encontrar um significado pra minha vida. O dinheiro que vem no ramo é o de menos. Posso ser sincero? NINGUÉM entra no futebol por dinheiro. Entra pra pegar mulher. Fazer sucesso no bairro, no morro. Mas dinheiro é algo que o cara só pensa quando dá certo. E, nesses seis últimos anos, eu vi quem estaria pra sempre do meu lado e quem não estaria.
E, quando meu coração começou a bater fora de compasso e minha respiração começou a se encurtar, veja só. Eles estavam lá. Não só figurativamente, por mais simbólico que isso soe. Eles testemunharam. Carniça estava do meu lado quando eu despenquei da cadeira. Eu vi o desespero nos olhos dele. Ele tinha 27 anos, eu 64. Ele tinha mais medo da morte que eu. Ele ficou mais desesperado que eu. Carniça pegou minha mão e pediu pra eu jurar que tudo ficaria bem. Garoto ingênuo. Eu não tenho poder sobre isso. E nem me convém desrespeitar a vontade do Senhor.
E eu morri.
Poderia escrever muito sobre detalhes do que eu senti antes de morrer. Mas tudo isso seria entrar em um monte de bobagens melodramáticas. A Morte tem um fim em si mesmo. Ela não precisa ser explicada. Minhas últimas palavras foram dirigidas ao próprio Carniça. "Eu tô de olho em ti, moleque". E estarei mesmo. Com o tempo e a decorrência dos processos legais que seguiram minha morte, ele ficou sabendo que metade do meu testamento foi destinado a ele, com uma parte reservada exclusivamente para bancar todas as licenças da CBF. Não são tão caras, mas são cursos chatos e necessários. O garoto tem futuro. Entende demais de bola. Só ele não percebeu isso.
E, para você, que lê tudo que eu escrevo desde o começo, agradeço pela atenção. Seu comentário, seu apoio e até sua corneta fizeram a diferença na minha vida. Jamais teria me tornado uma lenda não fosse por vocês. Quem ouvir falar sobre esse jogo pelo menos por aqui, em algum tempo adiante, vai saber de quem estaremos falando quando falarmos sobre o Tonhão. E isso, meus caros, é gratificante. A construção de todo o personagem em volta de Antônio Prudêncio foi algo fantástico de acompanhar.
Infelizmente a vida é assim. A gente sonha em ter uma casa gigante em um terreno gigante onde viveremos felizes e ricos até o centésimo ano de idade. De repente, você tem que perceber que, em um começo de janeiro, sua vida acabou e não há nada de mal nisso. É o ciclo natural das coisas, do qual não há escapatória.
Então, pra que ter medo?
Ensaio sobre a Morte
Na virada de 2022 para 2023 eu decidi que não viajaria nas férias. Ou que não iria muito longe. Resolvi ficar por São Paulo e pelos arredores da Região Metropolitana. Ficar perto da família, sabem? Passei o ano todo no Rio Grande do Norte. Adorei Mossoró. Um lugar encantador, sem dúvidas. Mas não é meu lugar. Aqui eu pude ficar próximo aos meus filhos, na capital, de meus amigos de Taboão e Atibaia. Ah, Atibaia...
O rancho onde fazíamos nossas pescarias é um lugar fantástico. Natureza exuberante e constante presença de badalação. Devido a aposentadoria do Vanderlei, esse ano o rancho ficou livre em Janeiro. Armamos um pequeno esquema, com amigos, cerveja, pagode, sertanejo e algumas mulheres da vida. Basicamente é o que tem sido da minha vida. Estava cercado pelas pessoas que significam muito pra mim. Meu filho, Vanderson, que já havia completado seus 23 anos. Carniça, o menino que eu tive como filho quando eu fui professor.
José Francisco Pederneiras é um nome forte. Mas devido a algumas negligências nos hábitos higiênicos durante a pré-adolescência, o apelido Carniça pegou forte. O menino que eu vi crescer já tinha seus 27 anos de idade. E era um homem maduro. Recentemente havia terminado um namoro que não deu muito certo. Mas do jeito que a cabeça do garoto se desenvolveu, não duvido que ele se dê bem na vida. Com todo respeito ao Vanderson, Carniça foi o filho que eu não tive.
Também estavam já o Lula, o Djheison... Até Caponi, meu auxiliar, tinha vindo comigo. Mas devo lembrar sempre dele, que no alto de seus 70 anos, estava firme conosco. Seu Olavo. Não tenho palavras para descrever quem é Olavo Junqueira. Quem mais me acolheu quando minha mulher me chutou pra fora de casa? Quem me deixou dormir no bar, mesmo a contragosto?
Claro, devo mencionar. Eu também estava lá. 64 anos vividos, os últimos 6 do inferno ao céu. O futebol, como fez por muita gente, me propiciou a encontrar um significado pra minha vida. O dinheiro que vem no ramo é o de menos. Posso ser sincero? NINGUÉM entra no futebol por dinheiro. Entra pra pegar mulher. Fazer sucesso no bairro, no morro. Mas dinheiro é algo que o cara só pensa quando dá certo. E, nesses seis últimos anos, eu vi quem estaria pra sempre do meu lado e quem não estaria.
E, quando meu coração começou a bater fora de compasso e minha respiração começou a se encurtar, veja só. Eles estavam lá. Não só figurativamente, por mais simbólico que isso soe. Eles testemunharam. Carniça estava do meu lado quando eu despenquei da cadeira. Eu vi o desespero nos olhos dele. Ele tinha 27 anos, eu 64. Ele tinha mais medo da morte que eu. Ele ficou mais desesperado que eu. Carniça pegou minha mão e pediu pra eu jurar que tudo ficaria bem. Garoto ingênuo. Eu não tenho poder sobre isso. E nem me convém desrespeitar a vontade do Senhor.
E eu morri.
Poderia escrever muito sobre detalhes do que eu senti antes de morrer. Mas tudo isso seria entrar em um monte de bobagens melodramáticas. A Morte tem um fim em si mesmo. Ela não precisa ser explicada. Minhas últimas palavras foram dirigidas ao próprio Carniça. "Eu tô de olho em ti, moleque". E estarei mesmo. Com o tempo e a decorrência dos processos legais que seguiram minha morte, ele ficou sabendo que metade do meu testamento foi destinado a ele, com uma parte reservada exclusivamente para bancar todas as licenças da CBF. Não são tão caras, mas são cursos chatos e necessários. O garoto tem futuro. Entende demais de bola. Só ele não percebeu isso.
E, para você, que lê tudo que eu escrevo desde o começo, agradeço pela atenção. Seu comentário, seu apoio e até sua corneta fizeram a diferença na minha vida. Jamais teria me tornado uma lenda não fosse por vocês. Quem ouvir falar sobre esse jogo pelo menos por aqui, em algum tempo adiante, vai saber de quem estaremos falando quando falarmos sobre o Tonhão. E isso, meus caros, é gratificante. A construção de todo o personagem em volta de Antônio Prudêncio foi algo fantástico de acompanhar.
Infelizmente a vida é assim. A gente sonha em ter uma casa gigante em um terreno gigante onde viveremos felizes e ricos até o centésimo ano de idade. De repente, você tem que perceber que, em um começo de janeiro, sua vida acabou e não há nada de mal nisso. É o ciclo natural das coisas, do qual não há escapatória.
Então, pra que ter medo?
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Re: [OURO] [FM17] O Senhor Interior
Saga encerrada.
- Massisb
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Re: [OURO] [FM17] O Senhor Interior
NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!
#RESSUCITATONHÃO!
#CarniçaNeles
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Re: [OURO] [FM17] O Senhor Interior
Big Tonho murrió por nosotros! Nós que agradecemos por essa obra.
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Re: [OURO] [FM17] O Senhor Interior
Uma pena, mas foi uma excelente saga.
Re: [OURO] [FM17] O Senhor Interior
Parabéns Tango foi maneira demais a saga enquanto durou e Obrigado pelos momentos de diversão que a saga proporcionou que Deus abençoe você e sucesso nas próximas saguetas.
- Paulo Lima
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Re: [OURO] [FM17] O Senhor Interior
Tonhão mita até morrendo!
Re: [OURO] [FM17] O Senhor Interior
Ahh, foi uma boa saga!
- MaxAveiro
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Re: [OURO] [FM17] O Senhor Interior
Saga do caralho, proposta do caralho, historia do caralho e um desfecho tal qual.
Mais uma saga com selo tango de qualidade, que estará eternizada na área destinada a isso.
Parabens e que venha a proxima!
OBRIGADO TONHÃO!
''Pelé debutó con un pibe"
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Re: [OURO] [FM17] O Senhor Interior
TONHÃO ETERNO!
Realmente, essa saga foi foda. E esse texto que tu escreveu no final, arrepiou tudinho aqui. Quero ver a sequência espiritual disso!
Realmente, essa saga foi foda. E esse texto que tu escreveu no final, arrepiou tudinho aqui. Quero ver a sequência espiritual disso!
- CR Punk
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Re: [OURO] [FM17] O Senhor Interior
RAPAZ...
Foi excelente a saga, cara.
até o final!
Foi excelente a saga, cara.
até o final!