[FM18] O Menino Interior

[Tango]

Prólogo - Parte 1
Ensaio sobre a vida após a morte

A gente sonha em ter uma casa gigante em um terreno gigante onde viveremos felizes e ricos até o centésimo ano de idade. De repente, você tem que perceber que, em um começo de janeiro, sua vida acabou e não há nada de mal nisso. É o ciclo natural das coisas, do qual não há escapatória.

PRUDÊNCIO, Antônio. Vida e Obra de Antônio Prudêncio: Ensaio sobre a Morte. In: TANGO. O Senhor Interior. Uberlândia: Fórum FM-Brasil, 2016/2017. Disponível em: <viewtopic.php?f=18&t=6458&start=315#p209609>. Acesso em: 27/11/2017.

Quando os advogados vieram com a notícia de que Tonhão teria destinado parte do testamento a mim, fiquei incrédulo. Apesar da relação próxima, achei que somente as crianças seriam beneficiadas. Mas, quando eu li a parte que me tocava no testamento, eu entendi. Entendi que eu não devia mais chorar. Entendi que Tonhão quer que eu continue. Entendi que não há forma melhor de seguir com a memória de Antônio Prudêncio viva, do que seguir em frente.

Afinal, eu sou quem sou porque ele acreditou em mim quando ninguém mais o fez. Eu voltei pra escola. Eu me debrucei nos livros. Agora, aos 27 anos de idade, ele me dá a chance de seguir seus passos. O testamento está direcionado ao pagamento dos meus cursos de treinador. E foi o que eu fiz. Investi esse dinheiro. Completei os três níveis da CBF. Com o que sobrou, consegui bancar o nível C da Conmebol. Meus pais, se vivos, ficariam orgulhosos. Hoje eu até escrevo direitinho!

José Francisco Pederneiras, o CarniçaShow

Sem mais delongas, sem enrolação, segui a vida. Logo procurei empregos em equipes da Série D. O Potiguar, último time do Tonhão, até tentou me contratar. Infelizmente, o salário de 3,5 mil reais mensais não agradou. Mas isso não foi um problema. Meu currículo continuou rodando o país inteiro. Uma hora, consegui uma excelente proposta: mais de 10 mil reais mensais para comandar o Sinop Futebol Clube no Campeonato Mato-Grossense e na Série D 2018!

O primeiro pé-de-meia a gente nunca esqueceShow

Antes de seguir - a longa - viagem até o Nortão de Mato Grosso, passei na Saudade pra me despedir de Tonhão. Levei umas flores que a moça da floricultura me indicou. Sei lá que tipo são. Não entendo muito disso. Mas são bonitas, e cheiram bem. As deixei ao lado do túmulo e me despedi. Não falei muita coisa, por dois motivos simples: o primeiro, Tonhão não vai ouvir. Segundo, Tonhão me ensinou que a simplicidade das palavras sinceras significam muito mais do que a enrolação das confusas palavras hipócritas.

- Obrigado por tudo. Agora é minha vez.

E lá vamos nós...

[bolinhagarcia]

Mal começou e já deixou a gente levemente triste, puta merda.

[MaxAveiro]

Mds q pedrada logo de início

[patrick.lk]

Acompanhando...

[victorkaczynski]

Bora Carniçaaaa! O pai das histórias voltou, acompanharei certamente.

[Mega]

Sinop batalhador. Vamos lá.

Mas puta merda, que rocha em

[LFCavalcanti]

MORO NA ROÇA IA IA, NUNCA MOREI NA CIDADE, COMPRO O JORNAL DA MANHÃ, PARA SABER DAS NOVIDADES

[Tango]

@bolinhagarcia sdds Tonhão
@MaxAveiro falou no nome Tonhão coração já aperta séloko
@patrick.lk mais um cliente será satisfeito
@victorkaczynski a honra é toda minha
@Mega não fala em rocha que eu lembro do Pedro Rocha e choro
@LFCavalcanti <3